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“... porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo.

Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero” (Romanos 7, 18-19). 

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A limitação...

           Sempre que reflito esse trecho da carta de São Paulo aos romanos fico imaginando a luta interior que esse servo de Deus travava consigo mesmo. Paulo não teve medo de demonstrar sua fraqueza e, muito menos, de lutar abertamente contra ela.

            Percebe-se um grande esforço de sua parte para ser verdadeiramente fiel a lei de Deus e o quanto realmente queria alcançar essa fidelidade.

            Essa característica de São Paulo está presente em todos aqueles que verdadeiramente amam o Senhor e pretendem viver segundo seus caminhos. Foi assim com todos os santos de Deus! Uma luta constante contra a limitação adâmica para alcançar a plenitude cristã.

            João Paulo II em sua carta “Fé e Razão” disse: “Deus recompensa o esforço da busca”. João Paulo disse quase a mesma coisa que São Paulo disse a Timóteo: “Sofra comigo pelo evangelho” (II Timóteo 1, 8).

            Digo isso por que sei da dificuldade em ser verdadeiramente cristão em um mundo tão conturbado e contraditório. Como se já não bastasse nossa condição limitada que nos empurra para o erro, ainda precisamos vencer e desviar das ciladas que se deparam na nossa frente.

            É certo dizer que uma das vocações universais de cada ser humano é ser santo, conforme diz Pedro: “A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo (Lv 11,44)” (Pedro 1, 15-16).

            Mas como isso seria possível se todos são limitados e tendenciosos ao erro? A resposta está nas palavras de Jesus: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado” (Mateus 6, 33-34).

            Essas palavras respondem o que João Paulo II disse sobre a busca. É necessária uma busca constante dos valores do reino e da presença graciosa de Cristo na vida cotidiana para que possamos alcançar a verdadeira santidade.

            A mesma busca que incansavelmente os santos travaram ao longo de suas vidas, para conseguir agradar a Deus em tudo. Como dizia Santa Terezinha: “para Deus não são importantes quantas vezes você caiu, mas quantas você levantou”.

            Se cairmos dezenove vezes, precisamos levantar vinte! Este é o segredo dos santos! A limitação não pode nos afastar de Cristo, mas, pelo contrário, ela precisa nos aproximar ainda mais Dele, pois somente assim podemos reconhecer nossa plena dependência de Jesus.

            É como o “espinho na carne” (Coríntios 12, 7) que fala São Paulo. Ela não pode nos afastar, mas nos fazer fortes em Cristo Jesus.

            A grande verdade é que todas as nossas inclinações para o pecado precisam ser uma forma de nos aproximarmos ainda mais Daquele que venceu todas essas coisas, e nos tornou, por sua morte e ressurreição, mais do que vencedores.

            Que a limitação e imperfeição possam ser um anúncio da possível virtude que há de vir, se verdadeiramente buscarmos o Senhor com todo o nosso coração, toda a nossa alma e todo o nosso entendimento.

            Que nada nos separe de Cristo!

            Deus abençoe sempre!

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Adryadson Flabio Nappi

Professor, contador, teólogo, músico e escritor