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“Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa.
Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente” (Lucas 19, 1-10).
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Hoje a salvação entrou nesta casa.
A beleza dessa passagem que somente o evangelista Lucas relata com muito cuidado, deve nos fazer pensar na profundidade desse encontro vivo e pessoal com Cristo.
Zaqueu, um homem marcado por uma profissão injusta com um desejo profundo de saber quem era Jesus. Mesmo sabendo que era pequeno e não muito aceito pela comunidade, guardava em seu interior, mesmo sem compreender, uma sede de Cristo.
Suas limitações e pecados não o impediram de procurar o Mestre, mesmo sem ser uma maneira muito convencional. Assim, se escondendo em uma árvore, queria matar um pouco os anseios do coração, apenas olhando o Cristo passar, quando foi surpreendido por Jesus, em um encontro impressionante.
Existem alguns pontos que me fascinam nessa passagem bíblica e que gostaria de colocá-los nessa reflexão.
O primeiro é, sem dúvida, a situação de vida de Zaqueu. Ela é o retrato de muitos que vivem em nossa sociedade nos dias de hoje; pessoas que se escondem na sua própria limitação e pecado, buscando a felicidade na matéria.
Por ser chefe dos coletores de impostos, provavelmente se enriqueceu a custa de injustiças praticadas com os mais pobres, e se perdeu no pecado e no erro. Porém, o seu desejo profundo em ver Jesus foi ainda maior que seu pecado, o levando para um lugar alto onde ninguém o pudesse atrapalhar.
É interessante pensar que Zaqueu não tinha nem a intenção de um encontro com o Senhor... Não... Ele apenas queria ver!
Porém, o segundo ponto importante é que Cristo percebe o esforço da busca “infantil” de Zaqueu e, imediatamente, promove um encontro ímpar e pessoal.
“Desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa” diz Jesus, proporcionando uma reação imediata de Zaqueu. Nesse momento, Jesus faz romper ali uma distância que o próprio Zaqueu estava sustentando ao subir naquela árvore.
Cristo não perguntou para Zaqueu o que ele estava fazendo ali em cima e muito menos apontou o dedo para os seus pecados, como muitos daquela multidão; apenas abriu as portas para um relacionamento.
Fico aqui imaginando a força redentora do olhar terno de Jesus. Bastou um olhar e tudo se acabou! Todos os pecados... Toda a máscara... Tudo caiu diante da grandeza do amor de Jesus por aquele homem.
Zaqueu então recebe Cristo alegremente! Não precisaram muitas palavras e nem grandes discursos, apenas um encontro quase que silencioso com Jesus, para Zaqueu cair em si e renunciar toda sua maneira de viver.
Esse é o terceiro ponto importante dessa reflexão. O encontro verdadeiro com Cristo tem o poder de mexer interiormente, fazendo-nos reconhecer nossos erros e voltar para o verdadeiro caminho. A conversão de Zaqueu partiu de um encontro com Cristo, e precisa ser assim para nós também.
Tudo começa com o encontro! Todos que se encontram não conseguem viver a mesma vida e começam o retorno para os braços de Deus.
Quero terminar com um quarto ponto importante dessa reflexão: a salvação que entrou na casa de Zaqueu. No momento em que a salvação entrou na vida de Zaqueu, Cristo a estende para toda a família, dizendo que a salvação chegou para todos.
Nesse momento, a volta interior de Zaqueu o faz acertar sua forma errônea de viver e o coloca como luz para os outros, testemunha de Cristo e digno da herança de filho de Deus.
Portanto, se devemos pedir alguma coisa para Deus no dia de hoje, então que possamos pedir um encontro vivo e pessoal com Jesus e, dessa forma, encontrar a salvação que está Nele.
Deus abençoe a todos!
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Adryadson Flabio Nappi
Professor, contador, teólogo, músico e escritor