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A experiência do filho pródigo
A experiência do filho pródigo

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Então, caindo em si, disse: quantos empregados de meu pai tem pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome... Vou me levantar, e vou encontrar meu pai...(Lucas 15, 17-18).

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A experiência do filho pródigo é incrivelmente inspiradora para nossa vida. É interessante pensar que Lucas é o único evangelista que trata desta parábola e, portanto, percebe-se muito cuidado ao relatar tamanha preciosidade.

Creio que a grande maioria dos cristãos já conhece esse trecho da Escritura Sagrada, mas nem sempre com a imensidão de seu significado. A maravilhosa história de um homem que, ao pedir a parte de sua herança, “matou” seu pai e saiu para aproveitar as alegrias e prazeres do mundo.

Quem não se deparou com essa situação em algum momento da vida? Quantas vezes preferimos arrancar Deus de nossas vidas simplesmente por desejo de viver nossas vontades e prazeres?

São João da Cruz dizia: "A mosca que pousa no mel não pode voar; a alma que fica presa ao sabor do prazer sente-se impedida em sua liberdade e contemplação". O desejo ardente de satisfazer suas próprias vontades fez daquele filho um assassino de seu pai e de si mesmo.

Só recebe herança de quem já está morto! Portanto, aquele homem mata seu pai e, sem perceber, vai se matando aos poucos, pois a alma humana não pode viver de coisas momentâneas.

Será que podemos dizer que aquele filho pródigo foi feliz em algum momento que estava longe do pai? Creio que não... Que ele tenha sentido alguma alegria ou prazer, isso com certeza, mas felicidade vai muito mais além disso.

Prazer e alegria são sentimentos momentâneos e passageiros, que acabam quando surge alguma dor ou perda. Felicidade é muito maior, pois ela permanece até mesmo nos momentos mais difíceis da vida.

Conforme diz o Pe. Fábio de Melo, felicidade é a certeza de estar fazendo a coisa certa! Para compreendermos isso, podemos exemplificar um marido que está ao lado da cama de sua mulher enferma. Com certeza, ele não está alegre, mas sente-se feliz por estar no lugar certo, no momento certo e com a pessoa certa.

         Desta forma, aquele filho pródigo jamais foi feliz em sua jornada longe de casa. Buscou coisas passageiras e, provavelmente, sentia um amargo na garganta todas as vezes que acordava de manhã e percebia que sua única companhia era a ressaca do dia anterior.

“Então, caindo em si...” diz a passagem do evangelho, aquele homem precisou perceber com suas próprias razões que suas escolhas o tinham levado até aquele momento.

Após tudo o que tinha vivido, estava invejando a “sorte” dos porcos que tinham lavagem para comer, enquanto ele passava fome. Ao perceber isso, imediatamente volta a pensar em seu pai e em sua família... Somente assim ele consegue levantar e seguir o caminho de volta.

Não é fácil voltar... Requer força e coragem! Porém, para aquele homem já não importava mais... Ele poderia ser tratado como empregado, pois sabia que tinha matado seu pai e pensou não ser digno de ser filho.

Porém, a condição de ser filho nunca muda. Ninguém pode deixar de ser filho de alguém... Simplesmente é... Não passa por nenhuma condição.

Por essa razão, ninguém pode deixar de ser filho de Deus... Essa condição não passa por atos ou merecimentos... Ser filho é algo que jamais vai passar... Nada do que fazemos muda essa condição!

Essa é a beleza do amor de um Deus que é, antes de qualquer coisa, um Pai misericordioso. E foi assim que ele correu para o abraço do seu pai e ali pôde experimentar o que é realmente a felicidade.

Fechemos os nossos olhos por um instante e, com o silêncio no coração, pedimos a graça de receber do Pai esse mesmo abraço que aquele filho recebeu.

Deus abençoe!

 


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Adryadson Flabio Nappi

Professor, contador, teólogo, músico e escritor

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